Banda mineira de rock mostra diversidade musical como ponto forte no disco “Vai”.
Da geração que “vai e faz”, a banda Vaga Luz gravou seu primeiro CD totalmente independente e autoral, o “Vai”. Depois de três anos de estrada e um EP no mercado, os quatro jovens mineiros Lucas Almeida (voz/guitarra), André Carvalho (baixo), Gabriel Correa (bateria) e Bruno Bontempo (guitarra) encaram o desafio e lançam o disco com oito composições, em ritmos que passam pelo rock, indie-rock, ska e até o country folk, sem perder a mineiridade. Entre as principais influências estão as bandas Skank e Los Hermanos. O show de lançamento será em parceria com a banda Pequena Morte na A Autêntica, no dia 13 de junho, às 22h.
O álbum retrata um universo de relacionamentos, uma vida errante e ao mesmo tempo reflexiva, mas que vale cada segundo e é cantada com gosto. Os amores e partidas, aprendendo ou não com as experiências, têm sua dor e seu sabor. O disco conta com a participação especial da vocalista Danuza Paz e do trombonista mineiro Jota Max e está disponível através do site www.vagaluz.com.br.
O título vem da ideia de ação, de fazer junto e unir as inspirações musicais. “Na gravação das músicas durante a pré-produção, tinha sempre o meu “vai” no início. Essa palavra representa para nós toda essa gana de fazer, pois a arte é um processo infinito e esse era o momento de materializar logo o que chamamos de nosso para que mais pessoas tenham acesso e desfrutem”, conta o vocalista e guitarrista, Lucas Almeida.
Especialmente a faixa 4, Vaga Luz, foi produzida pelos músicos Jean Dolabella e Augusto Nogueira e gravada no estúdio Minério de Ferro (do Jota Quest), através do projeto Converse Rubber Tracks Brasil (etapa Belo Horizonte). Na ocasião, a banda foi uma das cinco selecionadas entre 180 inscritas para gravar local, conhecido por ter a melhor infraestrutura na capital mineira.
Em 2013 a banda registrou suas primeiras cinco composições no EP "Ora Pro Nobis", uma pequena amostra da qualidade diversificada de sua música. Em 2014 lançou o single "Pátria Amada" com o gancho do momento político que o país passava.
Cerveja comemorativa
Em homenagem à banda, o mestre cervejeiro Roberto Leão, criou a cerveja artesanal Vaga Lager, que será distribuída como recompensa especial para aqueles que contribuírem com a campanha lançada pela banda para levantar os recursos para o CD. A cada valor contribuído, eles oferecem diferentes recompensas além da cerveja, como cópias do disco, ingressos para o show de lançamento, adesivos e apresentações exclusivas da banda. A campanha está disponível em http://benfeitoria.com/vagaluz-vai
Um pouco sobre as faixas:
1. Blindada de Cetim
A música fala sobre perdoar. E para isso há a difícil tarefa de se livrar de todo o peso do rancor para se vestir de cetim e ter a coragem de abrir a porta para dar uma nova chance. Num relacionamento às vezes, pelo conforto, pela "sombra", muitas coisas não são resolvidas na hora. Isso vai acumulando e pesando a alma e uma gota d água pode destruir tudo que foi construído.
2. Labirintos de Neon
É uma música pra dançar. As percussões e o trombone deram um clima meio circense para uma festa extravagante em alguma praia no Caribe. A letra é bem visual e está em segundo plano. São micro contos em pequenos versos, pequenas histórias conectadas.
3. Até o fim
Remete àquela velha questão: até quando vale a pena se sacrificar por algo que você ama? Se entregar sem medir as consequências e todo esse clichê que nos rodeia em vários momentos das nossas vidas. No fim das contas, agarre-se ao que te faz bem e vá até onde você aguentar.
4. Vaga Luz
É a balada do disco e fala sobre esquecer um grande amor que não deu certo. E para isso é necessário juntar os cacos e voltar para si, mesmo que isso seja sofrido e angustiante. Só então terá a luz para entrelaçar uma nova mão. A música deu nome a banda simplesmente porque o EP, "Ora Pro Nobis", estava pronto, mas os integrantes não tinham um nome oficial. “Gravamos ela com um amigo e ele sugeriu que a música se chamasse Vaga Luz. No dia que estávamos decidindo o nome da banda, o André (baixista), gostou tanto do nome da música que sugeriu que adotássemos para a banda e ai acatamos.” Comenta o vocalista Lucas Almeida
5. Na ponta dos pés
Fala sobre como às vezes ficamos cegos por algo que amamos, erramos diversas vezes e nunca aprendemos, sempre tendo a esperança de que algo vai mudar. É o caso do verso inicial que diz que mesmo em um quarto com gás o sujeito vai lá e acende o cigarro.
6. 2X3
Fala sobre vícios e o quanto o ser humano tem prazer na dor. Às vezes ele se abdica de tudo só para ter um pequeno prazer por um curto período de tempo. E depois que aquilo passa a vida dele está uma zona.
7. Tralha e Sina
A música fala sobre jogar as coisas pro alto, juntar a "tralha", contar com a sorte e ir de encontro ao mar. Tem um espírito meio hippie. Lucas canta com sua amiga Danuza Paz, que deu um clima bem especial a música.
8. Brecha no Breu
A música é alegre e simples, finalizando o disco de forma serena. E a letra fala do dilema: “temos de cuidar de um só amor ou nos entregar a vários, já que a vida é tão curta?”. Os últimos versos antes do último refrão foram inspirados no samba Além do Espelho, de João Nogueira.
Show de lançamento do CD “Vai”, da banda Vaga Luz
Data: 13 de junho
Horário: 22h
Local: A Autêntica. Rua Alagoas, 1172. Savassi. BH/MG.
Ingressos no local: R$25
Participação da banda Pequena Morte
Clarisse Estanislau | Ture